segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A saudade que sinto de mamãe




Hoje me peguei lembrando de minha mãe. Faz tempo que eu não a vejo. Vi uma família subindo a pé a ladeira aqui da rua de casa.  Uma mulher de meia idade vestindo um vestido longo de mãos dadas com outras três crianças. A terceira criança, aparentemente a mais velha, segurava a mão do irmão caçula enquanto este e o outro apertavam firmemente a mão da mãe. Andavam aparentemente felizes, como uma família deve ser. Parecia a minha, nos meus tempos de garoto. Ou talvez gostaria  que parecesse. Eu, minha mãe, e meus irmãos chegávamos à caminhar 30 minutos para chegar a igreja. Depois eram mais 30 minutos para a volta. Vez ou outra, arranjávamos uma carona com algum “irmão” que tivesse carro. Mas nem sempre dávamos sorte. Foi assim por alguns anos, até que se montou uma congregação perto de casa. Minha mãe, evidentemente ficou muito feliz. No dia em que ela ficou sabendo da construção da nova congregação, ela me falava de como seria bom morar perto da igreja. Eu apenas ficava animado, com a sua própria animação. O problema foi que as caminhadas ficaram mais curtas. Chegávamos ao salão em apenas 6 minutos, o que era muito pouco para as nossas conversas e para as nossas brincadeiras bíblicas. Mas ainda sim fazíamos o que podíamos nos 6 minutos. Lembro de como eu olhava para o rosto de minha mãe esperando um gesto de aprovação, após repetir algum texto. Algumas passagens inteiras da bíblia eu ainda sei de cor e salteado por causa dessas nossas caminhadas. As vezes, mesmo depois de mais ou menos 18 anos, me pego repetindo mentalmente alguns destes textos bíblicos. Queria poder lhe dizer como minha memória ainda guarda os trechos da bíblia. De como tinham sido proveitosas as nossas caminhadas até a igreja (mesmo sendo ateu), tão carregadas de afeto e carinho, e de como estou lembrando com carinho hoje delas. Quem sabe...

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