sábado, 21 de maio de 2011

Elogio ao Racismo




“País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos.  (...)
Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca – mulatinho fazendo jogo de galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva..”


Muitos leitores possivelmente poderão atribuir o trecho acima transcrito, a algum skinhead ou neonazista, em um momento de manifestação de suas ideologias racistas, onde declaradamente demonstra o seu ódio aos negros. Estranhamente o autor desta frase não se enquadra em nenhum desses dois rótulos. Trata-se de nada mais nada menos do senhor supremo da literatura infantil brasileira.
A revista “BRAVO” deste mês trás como artigo de capa, trechos de cartas inéditas, onde mostram o que o escritor Monteiro Lobato dizia sobre os negros e mestiços do Brasil, bem como a eugenia (pseudo-ciência muito difundida na época da segunda guerra mundial que pregava a superioridade dos brancos).
Em um trecho da carta enviada a Renato Kehl o escritor elogia a eugenia:

“Nos Estados Unidos, a eugenia está tão adiantada que já começam a aparecer ‘filhos eugênicos’. Uma senhora da alta sociedade, meses atrás ocupou durante vários dias a primeira página dos jornais mexeriqueiros graças a audácia com que rompendo contra todos os preceitos da ciência e sem se ligar legalmente a nenhum homem, escolheu um admirável tipo macho, fê-lo estudar sobre todos os aspectos e, achando-o adequado para o fim que tinha em vista,  fez-se fecundar por ele. Disso resultou uma menina que está sendo criada numa fazenda especialmente adaptada a uma creche eugênica”.

É interessante lembrar que o no ano passado o Conselho Federal de Educação classificou um de seus livros como racista criando-se uma verdadeira balbúrdia entre os intelectuais brasileiros e os defensores do escritor.
É certo que Monteiro Lobato, foi um mestre da literatura infantil. O que escreveu ou disse no âmbito privado não diz respeito a ninguém.  Como qualquer ser humano tem o pleno direito de ser incoerente bem como demonstrar sua opiniões por mais absurdas que pareçam aos olhos do cidadão de hoje, visto que devemos considerar a conjuntura na qual estas cartas foram escritas. Mesmo um gênio tem o direito a estupidez.

Algumas informações, bem como os trechos das cartas foram retirados da revista “BRAVO” deste mês de maio.

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