terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A religião do pastor Freud

A psicanálise como disciplina de interpretação das possíveis causas dos desejos recalcados e suas respectivas patologias, ou como método curativo através do ato da confidência, está na moda nos tempos atuais. Complexo de Édipo, castração, fálico, ego, i.d., super-ego e inconsciente são alguns exemplos dos chavões utilizados pela terminologia sagrada do doutor/pastor Freud. Quando alguém se submete a uma análise, todo o seu discurso na ‘verdade’ quer dizer outra coisa. Fica a cargo do analista exprimir o significado do que foi dito, restando ao paciente aceita-lo como verdade, pois o analista é o detentor do conhecimento do inconsciente do analisado. Assim como na igreja, onde o pastor é o detentor do conhecimento a cerca de Deus, o analista dogmatiza o discurso do analisado e ‘castra’ qualquer possibilidade de multiplicidade do mesmo discurso. Além de que, malogra o inconsciente e age como quem quer eliminar um mal. Os textos sagrados do doutor Freud são cheios de caminhos para se chegar a uma ‘verdade’. Toda a parafernália interpretativa dos psicólogos é o equivalente mais culto das ferramentas de indução de fiéis da igreja do bispo Edir Macedo. Nada mais, nada menos. Merdas criadoras de um sentido mais “profundo” para a vida.
Como se a vida tivesse um sentido mais profundo do que ela própria.

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