Lê, porque você não questiona quem é realmente você? O que quer fazer de sua vida? Apenas a busca por um profundo auto conhecimento vai fazer com que deixe de sofrer dessa maneira. Tenho certeza que o que você faz para viver não te satisfaz. Procurar os motivos do seu agir. Relembrar fatos do passado e verificar a existência de traumas. Tenho certeza que esse seu jeito intempestivo carrega consigo acontecimentos traumáticos ainda não resolvidos. Eu mesmo fiz uma profunda análise de mim mesmo. E veja como estou agora. Calmo, sereno, em paz comigo mesmo, feliz. Por outro lado me preocupa o seu jeito. Será que tens paz no coração. Acho que não. Como podes ter paz com todo esses seus conflitos, com todas essas dúvidas? Um homem que não vive em paz consigo mesmo não pode ser feliz. E como terá paz se não te conheces? Não conseguirá ser feliz ser não for profundo. Se não tiveres um auto conhecimento. Como diria Sócrates: ‘uma vida sem ser analisada não vale apenas ser vivida. ’ Busque a profundidade em Deus e você será muito feliz. Não concorda comigo? Perguntou o amigo
- Acho que todos concordam que Você é chato pra caralho em velho. Disse Leandro irritado com tanta besteira.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Ok! Vocês venceram! Batata frita.
Cansei de lutar. Jogo a toalha. Bandeira branca. O meu lema a partir de agora é: Sou brasileiro e desisto sempre.
Cansei de reclamar, de lamuriar, de me queixar, de me lastimar, enfim cansei de me lamentar por tudo. Cansei do papo marxista da luta contra as injustiças da sociedade Capitalista. Cansei da luta pelos direitos iguais a todos. De uma vida justa pra todos. Por que pelo que vi e vivi, a vida é injusta ( quase sempre).
Quase tudo o que desejei na vida, não vai se realizar. Trabalhar, trabalhar, voltar para casa, assistir TV, dormir mal, acordar e então tudo recomeça. Até que um dia eu acorde e olhe para o espelho e perceba que eu envelheci. Com profundas rugas no rosto, com cabelos brancos e com a visão embaçada. Entes queridos se foram e mesmo assim a roda da história continua a rodar, indiferente. Ser um bom cidadão, ser honesto, trabalhar e participar para a construção de uma sociedade melhor é a mentira mais besta que já inventaram. Nada irá acontecer. Não serei ninguém. Minha vida continuará vazia, sem graça, sem sabor, monótona. Não há anestésico suficientemente forte para fugir desse destino.
Ter consciência de minha im-potência perante os acontecimentos da vida, dói pra caralho. O mais difícil é aceitar a vida assim mesmo. Afirmar tudo o que vier, amar tudo o que acontecer sem distinção, é uma tarefa para espíritos fortes. O problema é que acho que ninguém é forte o bastante.
sábado, 29 de maio de 2010
Por uma cultura de alto nível.....
Sou a favor da cultura de alto nível ao alcance de todos. Por isso estarei a partir de hoje fazendo postagens de cultura intelectualmente superior, como esse cartoon do Adão. Esse eu achei em seu blog (que aliás é hilário).
Seja vc também a favor de uma alta cultura ao alcance de todos os financeiramente fudidos e todos os malogrados em geral!!!
domingo, 16 de maio de 2010
"Libertas quae sera tamen respexit inertem".
Confesso que já estava com saudade deste blog. Eu e ele meio que críamos uma ligação afetiva difícil de explicar. Entretanto mesmo contrariado, tive que me ausentar durante algumas semanas. Estava de mudança e cancelei o provedor de banda larga que eu usava para me conectar na minha antiga casa. Lógico que havia a possibilidade de acessar a net por meio de uma lan house. Mas parece que não me sinto a vontade para escrever. Toda aquela gente me deixa sem graça. Prefiro a solidão. Solidão que consegui desfrutar apenas hoje. Durante todos esses dias não parei um minuto sequer. Caminhão de mudança, contas da casa antiga, procura de emprego, casa para alugar, entrevista, documentos, mais contas a serem quitadas, emprego novo, reforma do ap, hora extra, mais um pouco de contas vencidas enfim, alguns transtornos que sobrevém a todos de tempos em tempos quando propomos a nós mesmos fazer mudanças radicais. Por hora acho que o saldo deste esforço foi positivo. Entretanto antes de mais nada devo dizer que a mudança de casa, de cidade, de estado (me mudei de Vinhedo SP para Betim MG) foi no mínimo excitante. Novos costumes, nova casa, nova empresa (agora estou trabalhando na FIAT unidade de Betim MG) tudo isso serviu como uma injeção de adrenalina direto na corrente sanguínea. Tudo novo, pessoas novas, gente que eu não imaginava ser tão interessante, gente que eu não imaginava ser tão estúpida, quebra de preconceitos, confirmação de alguns etc. e etc. Tudo que o novo representa.
Por isso, espero escrever com um pouco mais de frequência aqui, e relatar de tudo um pouco, escrevendo sobre inutilidades sempre que puder e estiver com tédio o bastante para tal. Aliás a título de curiosidade, a frase do título da postagem de hoje é de Virgílio, poeta latino que viveu na época do império romano. Está em latim e significa: "Liberdade, a qual, embora tarde, (me) viu inerte". Geralmente a primeira parte que é usada como inscrição da bandeira de Minas é traduzida como: “Liberdade antes que tardia”. È inútil eu sei. Mas o que não é hoje? Mais uma para caixinha de inutilidades. Do mais, continuo minha nova rotina.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Persona
É melhor você confirmar se a lindinha/19 que você conheceu na sala de bate-papo não é o Paulão ou o Rodrigão.
Mais um quadrinho da 'New Yorker'que eu achei nas minhas visitas ao site da revista.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Felicidade em pó
Só quero um gosto, uma glória,
Uma palma, um vencimento,
Um triunfo, uma vitória,
Tornar ao contentamento
Que me é pesar na memória.
Fortuna, leva-me lá,
E temperado estará
Todo o rigor do teu fogo,
Sobretudo sendo logo,
Sem eu ter que esp’rar será.
“O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha”.
Miguel De Cervantes Saavedra.
Enfiei a mão no bolso e tirei os papelotes de cocaína que havia acabado de comprar de um garoto de onze anos. Apesar do preço alto, havia pouca quantidade da droga em cada saquinho. Cada um custava dez reais, e como eu comprei cinco, gastei cinqüenta reais de ‘farinha’ daquela vez. Antes de comprar, presumi que cinco eram suficientes para aquela noite, pois havia pouco tempo para se usar mais do que essa quantidade. Tinha que trabalhar no outro dia, e a ressaca dessa droga é foda.
Como já havia passado das onze da noite, coloquei de novo a droga no bolso e fui direto pra casa. No caminho para o ponto de ônibus, não agüentei e parei num boteco para comprar uma Skol em lata a fim de diminuir a ansiedade de chegar logo em casa e usar. O ônibus demorou uma década. Fiquei pensando se alguém imaginava que eu carregava cinco papéis de ‘farinha’ no bolso. Todas as pessoas no ponto pareciam me lançar um olhar de reprovação, todas elas pareciam saber que estavam diante de um drogado. Comecei a suar frio. E se eles chamassem a polícia. E se uma viatura passasse e alguém falasse em código para os policiais que o garoto magro de cabeça grande e de óculos fundo de garrafa, tinha em seu poder cinco papelotes de cocaína.
O problema dessa droga é que você vai ficando cada vez mais paranóico com o tempo de uso. Mesmo estando mais ou menos sóbrio naquele momento eu me assustava com a minha própria sombra. A maior parte de meus atos eram insensatos, comandados por delírios que minha mente produzia. Quando se está sob o efeito da droga, que não era o caso naquele momento, isso piora.
Semana passada, li numa revista de ciências sobre os efeitos da ‘farinha’ no cérebro. Em um primeiro momento você sente muito prazer. É uma sensação de poder incrível. Você é o senhor de si. Se sente completo. Logo depois do efeito ter passado, toda essa sensação é substituída por uma depressão e uma profunda aversão por si mesmo. É que a droga desregula toda a produção e troca de neurotransmissores de prazer, realizadas entre os neurônios. Nas sinapses, que são as conexões entre dois neurônios na qual é feita a propagação dos impulsos elétricos, ela possibilita a oferta de um excesso de neurotransmissores cuja correlação psicológica é uma sensação de prazer, magnificência, excitação sexual e euforia. O uso prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa a depender desta substância para funcionar normalmente. Quando você para de usá-la, já não existe neurotransmissores suficiente nas sinapses, aí então você experimenta a depressão, alterando drasticamente seu humor. Além do que, com alguns meses de uso, já ocorrem hemorragias cerebrais com morte de neurônios e perda progressiva das funções intelectuais superiores. São comuns também síndromes psiquiátricas como esquizofrenia e crises de ansiedade e pânico.
Todas essas informações são muito interessantes, porém inúteis para um drogado como eu. As conseqüências não são consideradas. O meu foco é somente o prazer. È a mesma coisa que colocar uma peça de picanha no meio do jardim e pedir educadamente ao seu pastor alemão para que ele apenas olhe para a carne, e não a coma, tomando o cuidado de explicar que aquele não é o alimento adequado para sua dieta e que seria melhor que ele comesse a ração que você colocou no recipiente apropriado. Simplesmente não acontece assim.
Quando o ônibus chegou tentei entrar rapidamente, mas uma mulher gorda impediu minha passagem. Inexplicavelmente fiquei puto. Acabei sendo o último, de todos que estavam esperando o ônibus a subir as escadas do veículo e a pagar o valor da passagem ao cobrador. Agradeci e fui me sentar lá no fundo, longe dos olhares curiosos dos outros passageiros. Ou dos olhares que imaginei estar recebendo das outras pessoas. Sentado, sozinho com meus pensamentos, achei que estava ficando louco.
Pensei que devia ter comprado mais uma cerveja ou ter bebido uma dose de pinga naquele bar. Estava muito ansioso e o álcool me ajuda a relaxar. Em casa tinha bastante cerveja e uma garrafa de Orloff que eu comprei num boteco perto de casa. Mas eu precisava de um trago naquele exato momento. Tinha que afastar a ansiedade e a paranóia da minha cabeça de alguma maneira.
Coloquei a mão no bolso a fim de sentir os papelotes. Eles estavam lá. Minha querida e inseparável companheira a cocaína. Está sempre comigo. Nos momentos de tristeza e também nos de felicidade.
Estava lá quando o meu filho ia nascer, e eu sob o efeito dessa substância, levei de carro minha ex-mulher ao Hospital para a cesariana. Ao saber da bem-sucedida operação, quase quebrei o nariz ao bater com o rosto no chão do corredor que dava acesso à maternidade. Tropecei num fio de alguma máquina do hospital ou de algum aparelho eletrônico que até hoje não sei qual foi e caí como se fosse uma sequóia que acaba de ser cerrada por lenhadores. A enfermeira que também estava passando no momento da cena da queda, me ajudou a levantar e me levou para enfermaria a fim de fazer um curativo. Meu nariz sangrava muito. Fiquei lá durante um tempo com o cabeção levantado pro teto até que o sangramento estancasse. Em vez de estar preocupado com a situação de saúde de meu filho e de minha esposa, só conseguia pensar em uma coisa: beber uma dose de cachaça e dar um tirinho. Na verdade o álcool também sempre me acompanhou. Foi ele que me apresentou para a cocaína por assim dizer. Formamos um triângulo amoroso, um ménage à trois que se depender da minha vontade existirá indefinidamente.
Levantei-me umas cinco paradas antes da minha. Não via a hora de chegar em casa. O ponto que eu desço fica de fronte a minha casa. Quando o ônibus parou, agradeci ao motorista cumprimentando-o com uma das mãos. Ele viu pelo reflexo do espelho e respondeu com um aceno. Desci as escadas de um pulo só. Enfiei as mãos no bolso de da calça e procurei o molho de chaves. Abri o cadeado do portão e entrei rapidamente no quintal de casa que a essa hora estava assustadoramente escuro. Andei até a porta sem conseguir ver um palmo a minha frente. Estiquei a mão direita a fim de me guiar até a porta. Quando senti meus dedos tocarem a porta tomei o cuidado de não esbarrar em nada, para evitar qualquer barulho que pudesse me causar o constrangimento de acordar alguém dentro de casa. Eu morava com meu irmão e minha irmã e sabia que eles estavam dormindo naquele horário. Abri a porta delicadamente e entrei nas pontas dos pés. Tranquei a porta e fui andando até o meu quarto que ficava a uns dez passos da porta da sala. Quando entrei, fechei logo a porta e passei o trinco. Liguei o aparelho de som em Comfortably Numb do Pink Floyd, em um volume baixo, mas suficiente o bastante para ouvir claramente a voz de Roger Waters. Peguei um livro da prateleira e coloquei-o sobre o criado mudo. O livro em questão era coincidentemente Trainspotting, de Irvine Welsh. Digo coincidentemente porque esse livro descreve exatamente o cotidiano de alguns jovens da periferia de Edimburgo que passam a maior parte do tempo se embebedando, e principalmente se drogando. Welsh narra, com uma ironia cáustica a banalidade da existência daqueles personagens. A diferença óbvia é que a droga usada por eles era a heroína e a que eu iria usar era a cocaína. Dá no mesmo se você analisar bem. Às vezes eu mesmo refletia sobre a banalidade da existência humana. Por fim peguei um dos papelotes do meu bolso e despejei todo o seu conteúdo na capa do livro. Fiz três carreiras grossas de farinha com a ajuda de um cartão telefônico. Enrolei uma nota de cinco reais e me sentei em minha cama. Debrucei-me sobre o livro e de uma vez só aspirei toda uma carreira da droga. Senti a ardência em minha cavidade nasal, e o gosto amargo da cocaína misturada com a saliva. Era da boa. Num instante meu nariz adormeceu e como um bebê que se encontra no ventre de sua mãe, antes mesmo de nascer, me senti completo. Mesmo que aquela sensação do efeito da droga agindo no meu cérebro durasse apenas aquele segundo, já estaria satisfeito. Naquele exato momento, naquele pequeno e curto instante de minha vida me encontrava como nunca antes, incrivelmente feliz.
sábado, 6 de março de 2010
A velha natureza humana
Encontrei esse cartoon no Site da revista 'New Yorker'. Achei ele muito engraçado e inteligente, pois mostra como todo mundo é o dono da razão quando está dirigindo. Reflexão em apenas um desenho.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Verdade ou inverdade
Mudo o tom sarcástico e impessoal deste blog para um que além de ser mais sério, (se é que eu consiga escrever algo sério) seja também na 1ª pessoa, a fim de diminuir a distância entre eu, e quem quer que esteja com tempo sobrando e possa ler o que escrevo.
Devido a minha falta de formação intelectual superior (terminei o segundo grau em um supletivo com aulas a distancia), minha inabilidade e falta de prática (ou por falta de competência mesmo) com a língua portuguesa, peço de antemão desculpas pelos possíveis erros de gramática, concordância e outros erros que eu, por qualquer outro motivo, por ventura possa cometer e assim assassinar a língua de Camões.
O assunto responsável por tal mudança de postura, sempre foi alvo de minha atenção e gostaria de compartilhar minha opinião sobre o tema com possíveis leitores (já que só tenho quatro leitores, incluindo minha irmã) que demonstrando interesse, possam comentar esse post, ajudando a clarear mutuamente as ideias.
Trata-se do interminável debate entre ateus e crentes que como mariposas, continuam a bater na lâmpada do confronto a fim de provar algo que não pode ser provado. Minha infância até a adolescência (por volta dos 16 anos) foi um período em que fui (ou pelo menos, tentei ser) Testemunha de Jeová (ou pelo menos, fingi bem). O que vi ao longo desses anos, e depois deles também, foi que existe uma necessidade interminável (eu mesmo fui acometido por essa necessidade) de provar a existência ou inexistência de um Deus.
Entretanto essa questão que, aos meus olhos é infrutífera (para não dizer inútil) devido à impossibilidade de se chegar a um consenso viável, é fonte de intermináveis discussões que às vezes impossibilitam a convivência pacífica entre indivíduos de uma sociedade que se diz igualitária. O respeito às crenças alheias ou até mesmo a falta delas, deveria fazer parte do repertório moral das sociedades democráticas. Deveria, mas como podemos observar, isto está longe de ser efetivamente realizado.
Tanto as doutrinas dos crédulos quanto a dos ateus podem se tornar fundamentalistas se tomarmos como definição de fundamentalismo: uma crença irracional e exagerada, uma posição dogmática ou até um certo fanatismo em relação a determinadas opiniões. O que significa menos diálogo, pois quer por vaidade ou por orgulho na maioria dos casos, nenhumas das partes aceita a coexistência de ambas as idéias.
O ateísmo radical atualmente ganha voz com nomes como o biólogo americano Richard Dawkins autor do best-seller “Deus um delírio”, em que demonstra os problemas do asceticismo e suas generalidades, para fundamentar racionalmente a inexistência de qualquer tipo de entidade sobrenatural.
Do mesmo modo os crédulos tentam embasar suas teorias a luz da ciência numa tentativa de racionalizar, provar e demonstrar a existência de deus. Uns de seus representantes é William J. Tinkle professor de Biologia no Anderson College de Indiana, autor de vários artigos e livros que defendem a teoria criacionista do universo.
Cada um a seu modo tenta da melhor maneira possível, utilizar a razão para defender e fundamentar como verdade suas respectivas idéias, entretanto o consenso está longe de se tornar uma realidade e pelo visto o embate perdurará indefinidamente.
A procura de uma verdade em si mesma está na origem da discussão entre os dois grupos.
“A Verdade é um mero valor que atribuímos às coisas. Precisamos valorar as coisas para podermos nos guiar no mundo, a sobrevivência do organismo. A verdade não existe nelas (nas coisas), não passa de uma atribuição de valor”. [Nietzsche, Friedrich A gaia ciência].
Alguns filósofos descreveram que é inútil tentar provar uma verdade absoluta que valha para todos. O mais correto seria dizer que existem várias verdades, uma para cada visão de mundo de cada indivíduo. O que seria a verdade para nós não passa da nossa visão de mundo baseadas em nossas experiências e vivências, o que faz com que para outra pessoa essa mesma realidade se mostre de maneira diferente, pois também ela é baseada na sua visão de mundo e em suas experiências. Mesmo a ciência não explica os fenômenos apenas os descreve.
Devido a isso, interpretamos o mundo da maneira que nos convém. Nomeamos como verdade essa interpretação, e a utilizamos como um guia a fim de termos um parâmetro para que possamos nos basear. A fé na existência ou não de um Deus é uma interpretação que guia nossas ações, nossas escolhas, e nossos objetivos. A impossibilidade de se chegar ao conhecimento das coisas, torna obsoleta essa discussão.
(...) se a interpretação nunca se pode concluir, é muito simplesmente porque não há nada a interpretar. Nada há de absolutamente primeira a interpretar, pois no fundo tudo já é interpretação; cada signo é nele mesmo não a coisa que oferece à interpretação, mas interpretação de outros signos.” (FOUCAULT, 2000, p 47).
Devemos questionar a possibilidade de que tudo que acreditamos ser verdadeiro, mesmo nossas crenças e nossos valores mais profundos com os quais fundamentamos nossa personalidade, ser na verdade fruto de nossa interpretação de mundo. Abstrações necessárias para podermos viver. Símbolos que representam coisas que não existem, ou que não conhecemos totalmente devido a interpretação que atribuímos a elas. Tudo é fé para um sentido específico. Só assim perceberemos o quanto de nossas forças (para provar nossa verdade) foi gastas em vão.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
O poder do pensamento negativo.
Mude seus pensamentos e você mudará seu mundo. Neste tratado pretendo de maneira resumida apresentar alguns segredos que você poderá usar em sua vida e influenciar os acontecimentos ao seu redor. Todos os pensamentos aqui propostos são frutos de pesquisas e estudos desenvolvidos por cientistas das mais diversas áreas.
A sua vida não tem um propósito e um sentido.
Por mais que você queira acreditar no contrário, no fundo você sabe que sua existência não tem um propósito ou um sentido que a justifique. Deus não existe e você não foi feito a sua imagem e semelhança. Você é um grão de poeira nesse universo que é completamente indiferente com o que você faz ou deixa de fazer. Se você morrer hoje, a sua cidade, o seu país, o mundo, o universo continuará como se você nunca tivesse existido. Pois a vida nesse planeta foi o resultado de causas acidentais que resultaram em um processo evolutivo datado de 3 bilhões de anos. Nossos ancestrais nada mais são que amebas unicelulares, que com o passar do tempo evoluíram de modo a se adaptar ao ambiente. Portanto, você não é especial, não tem um propósito grandioso e sua vida será pó daqui alguns anos. Até as lembranças que seus familiares terão de você, deixarão de existir por que não importa quem você tenha sido, o que você tenha feito, nada dura para sempre.
Se você pede alguma coisa, deseja, e acredita, o Universo não se move para deixá-la visível.
Mesmo que você queira muito alguma coisa, isto não significa que o universo está do seu lado ajudando-o para que esse desejo se materialize. Você não vai ficar rico do dia para noite só porque você quer. Nem fará carros e barras de ouro orbitar a sua volta só porque acredita nisso. Achar que o universo tem parte em suas conquistas é muita pretensão egocêntrica, e não passa de uma vontade infantil de que seus desejos sejam de alguma maneira atendidos.
Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível.
A ordem natural das coisas é elas darem sempre errado. Se você acredita que a harmonia é a ordem cosmológica do bom andamento das coisas no universo, você está completamente enganado. A ordem é o caos. Se as coisas derem certo, é porque você sofreu um acidente e fugiu da ordem natural. Se alguma coisa funcionou na primeira tentativa, existe algo errado. Se as coisas andam bem e você sente que sua vida finalmente se encaixou nos trilhos, não se preocupe. Isso passa.
Ps: breve mais pílulas do pensamento negativo.
sábado, 30 de janeiro de 2010
A paixão de Eco.
Eu vos conjuro amados irmãos, e digo-lhes em verdade:
Vislumbrai a aurora de um novo dia,
Um dia que nascerá outra vez um velho ídolo,
Que guiará os povos pelos meandros dos trilhos obscuros da vida,
E ele voltará das profundezas do esquecimento,
E será sozinho o senhor das ações dos homens.
Pois ouve um tempo que os mitos de Édipo, Sísifo e Fausto,
conduziam o mundo dos homens,
Por meio destes, baseavam-se seus atos,
E suas histórias refletiam-nos a condição de vazio da existência humana,
Porém, eu vi nas linhas sinuosas do horizonte,
Este velho ídolo ressurgir, com grande autoridade em suas mãos,
E a terra ficou iluminada com seu resplendor e sua glória,
E ele trazia consigo boas novas aos povos de todas as nações,
E clamou com voz alta a Édipo, Sísifo e Fausto:
‘Vão para longe, e subi ao monte do esquecimento,
Lugar onde descansam outros mitos,
Pois já passou o tempo,
E instaurou-se uma nova era,
A era em que o individualismo puro é a maior de todas as virtudes,
Pois ouve um tempo em que os homens davam maior valor a virtudes sociais e morais,
Valores estes voltados para a família, à comunidade ou até mesmo para a nação,
Mas, já é hora de um novo homem,
Que refletirá por inteiro as minhas ações,
E será fiel a mim até o fim dos dias’.
E voltando-se para o mundo dos homens clamou em júbilo com voz alta, pra que todos eles pudessem ouvir, dizendo:
‘E eu vim trazer-lhes um novo tempo,
Um tempo de mudança,
Um tempo para novos atos nas relações com os homens,
Um tempo em que vos tratareis vós mesmos diversamente:
E Amarás somente a tu mesmo,
E não sobrarás em teu coração,
Espaço para outro amor,
Por que já passou o tempo do sentimento de amor ao próximo.
E instalou-se o tempo de amar acima de todas as coisas, a si mesmo.
E zelarás pela própria saúde,
E preservarás a tua própria situação material,
E procurarás apenas o teu bem estar,
Amar-te-á de toda a tua alma,
E não haverá para ti beleza maior que tuas próprias faces,
Achando-te estranho e feio tudo que não for espelho,
Realizarás todos os teus desejos e intentos sem exceção,
Louvando mais do que nunca o egoísmo e o hedonismo presentes em ti,
Não farás nada para além de uma busca interminável de Si.
Se fizerdes isso, ficarás bem,
O vazio que sentes a solidão em que te encontras,
Desaparecerá de teu íntimo,
E será dado um novo sentido a existência humana,
Por que os deuses morreram, mas o ‘eu’ vive.
Eu sou Narciso, estas são minhas palavras verazes.
E esta é a minha boa nova’.
Este texto é a minha visão para o narcisismo do homem contemporâneo.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Ó homem, desconhece-te a ti mesmo.
Livros e livros de autoajuda abarrotam as prateleiras de grandes e pequenas livrarias. Milhares de títulos que tem como objetivo um auto-conhecimento, específicos ou não, são a maior fonte de renda do mercado editorial. Está na moda seguir o conselho da inscrição do Oráculo de Delfos: “Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.” Como o mesmo oráculo proclamou Sócrates o homem mais sábio da Grécia este ajudou a espalhar pelo mundo a idéia do conhece-te a ti mesmo. A ‘busca do eu interior’ se tornou a tendência de consumo hoje na forma da já citada literatura para uma ‘melhoria do espírito’, palestras motivacionais, terapias, meditação zen e um sem número de outras ferramentas que buscam o ‘desenvolvimento do ser’. “Só o conhecimento salva”, dizem os propagadores da disciplina da auto-melhoria contínua da alma. Tolos! Pois desconhecem o bálsamo da estupidez. Como é bom o ópio sedativo da ignorância. Não sabem o que estão perdendo. Satisfação plena sem a necessidade de lições passo a passo para se chegar à plenitude. Como é boa a sensação de gado que o desconhecimento proporciona. Não querer saber quem é, esse é o verdadeiro caminho para a felicidade. O conhecimento das ‘origens dos traumas’, a ‘gênese das disfunções psíquicas’, dos nossos ‘medos’, são impedimentos de obtermos uma verdadeira desinformação de nós mesmos. Não ‘saber para onde está indo’, não se preocupar com o ‘crescimento da personalidade’, do ‘caráter’, é a melhor maneira de se chegar a um estado de insingularidade como ser humano. Por uma personalidade de massa eu luto. Diga não você também a uma cultura do conhecimento. Entretanto, como diria Gilles Deleuze, diga sim a uma “cultura do esquecimento: nenhuma cultura da rememoração, nenhuma cultura do passado, mas um apelo ao esquecimento como condição de experimentação”. Alienação de si mesmo como meta para a vida enfim.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
O Lula é o meu Herói
Nosso presidente é mesmo do caralho. Adoro ver seus discursos e suas entrevistas. O uso corrente de metáforas, elipses e outras figuras de linguagem deixam qualquer um morrendo de inveja. Ele é muito engraçado. Suas frases são dignas de tese, tamanho conteúdo intelectual nelas contidas. Uma delas é essa aqui, num evento sobre o clima:
“Eu já disse várias vezes: Freud dizia que tinha algumas coisas que a humanidade não controlaria. Uma dela era as intempéries”. O pai da psicanálise como referência para explicar seu pensamento. Não concorda comigo sobre a genialidade de nosso presidente? Então toma mais essa:
“Então, essa questão do clima é delicada por quê? Porque o mundo é redondo. Se o mundo fosse quadrado ou retangular, e a gente soubesse que o nosso território está a 14 mil quilômetros de distância dos centros mais poluidores, ótimo, vai ficar só lá. Mas, como o mundo gira, e a gente também passa lá embaixo onde está mais poluído (?????????????), a responsabilidade é de todos”. Mais frases tiradas do repertório de nosso grande líder eu encontrei no livro do Marcelo Tas “Nunca na história desse país”. Hilário. Cultíssimo!!
A religião do pastor Freud
A psicanálise como disciplina de interpretação das possíveis causas dos desejos recalcados e suas respectivas patologias, ou como método curativo através do ato da confidência, está na moda nos tempos atuais. Complexo de Édipo, castração, fálico, ego, i.d., super-ego e inconsciente são alguns exemplos dos chavões utilizados pela terminologia sagrada do doutor/pastor Freud. Quando alguém se submete a uma análise, todo o seu discurso na ‘verdade’ quer dizer outra coisa. Fica a cargo do analista exprimir o significado do que foi dito, restando ao paciente aceita-lo como verdade, pois o analista é o detentor do conhecimento do inconsciente do analisado. Assim como na igreja, onde o pastor é o detentor do conhecimento a cerca de Deus, o analista dogmatiza o discurso do analisado e ‘castra’ qualquer possibilidade de multiplicidade do mesmo discurso. Além de que, malogra o inconsciente e age como quem quer eliminar um mal. Os textos sagrados do doutor Freud são cheios de caminhos para se chegar a uma ‘verdade’. Toda a parafernália interpretativa dos psicólogos é o equivalente mais culto das ferramentas de indução de fiéis da igreja do bispo Edir Macedo. Nada mais, nada menos. Merdas criadoras de um sentido mais “profundo” para a vida.
Como se a vida tivesse um sentido mais profundo do que ela própria.
Como se a vida tivesse um sentido mais profundo do que ela própria.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
"Reconhecer a inverdade como condição de vida"
Esperança.
Ah, como é bom o som dessa palavra! Uma mentira para perseguirmos. Uma mentira que nos faz acordar todos os dias. Uma mentira que nos faz viver!
E o bom é que ela pode ser qualquer coisa, qualquer ideia, palavra ou simbolismo. Ela pode ser um bem material: a tão sonhada casa própria, o carro do ano, o celular ultra moderno etc... Ela pode ser também sentimentos: felicidade, amor, alegria etc... Ou pode ser também ideais abstratos ou utópicos: a carreira dos meus sonhos, reconhecimento, um mundo mais justo, o reino de deus, paz mundial, fim da fome etc...
Todos nós devemos ter a nossa mentira pessoal ou coletiva, e persegui-la com todas as nossas forças. Basta escolher uma ou até mesmo várias pra acordar no outro dia muito mais disposto e feliz. Não é incrivel como é fácil??? E olhem que já acusaram a "Esperança" de pior de todos os males. Quão levianos eram aqueles gregos. Eles, os grandes detentores da razão.
Ah, como é bom o som dessa palavra! Uma mentira para perseguirmos. Uma mentira que nos faz acordar todos os dias. Uma mentira que nos faz viver!
E o bom é que ela pode ser qualquer coisa, qualquer ideia, palavra ou simbolismo. Ela pode ser um bem material: a tão sonhada casa própria, o carro do ano, o celular ultra moderno etc... Ela pode ser também sentimentos: felicidade, amor, alegria etc... Ou pode ser também ideais abstratos ou utópicos: a carreira dos meus sonhos, reconhecimento, um mundo mais justo, o reino de deus, paz mundial, fim da fome etc...
Todos nós devemos ter a nossa mentira pessoal ou coletiva, e persegui-la com todas as nossas forças. Basta escolher uma ou até mesmo várias pra acordar no outro dia muito mais disposto e feliz. Não é incrivel como é fácil??? E olhem que já acusaram a "Esperança" de pior de todos os males. Quão levianos eram aqueles gregos. Eles, os grandes detentores da razão.
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